Panov Eduard |
Chego à paz da minha casa e procuro-te.
abro a porta
devagarinho, espero a tua
sombra. e
estás em toda a parte:
nas
recordações objetivas e na saudade
das
recordações!
o pensamento
cai em mim provocando
um rodopio
de emoções.
e fujo.
e nego.
corro,
sacudindo este turbilhão que não
quero.
que não peço.
quero é a
tua presença nem que seja a
tua
sombra.
outros fogem
de ti, quando eu procuro
fugir de
mim, para te encontrar.
quero que
fiques comigo e em mim,
dentro de
tudo e de nada. porque me
completas e
preenches os vazios das
horas a que
chamam" mortas".
ouves-me
dentro dos ruídos da vida.
Manuela
Barroso, in "Coletânea de Poetas Maiatos"